Teatro Municipal Ludovico Riedi |
Em homenagem aos 25
anos do Teatro Municipal Ludovico Riedi, de Palotina, completos em 2011, foi
organizada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura a virada cultural.
E, para relembrar o pioneiro de Palotina que foi homenageado com o nome do
teatro municipal, um dos netos de Ludovico escreveu um artigo contando um pouco
da sua história de vida.
"Meu avô, Ludovico
Riedi, era pessoa simples e visionária. Neto de imigrantes italianos, começou
sua vida profissional de trabalho e sacrifício na localidade de Rio Branco,
município de Erechim-RS (como diriam os gaúchos, apertava o mate perto da
barranca do Rio Uruguay, tchê!).
Suas primeiras
atividades foram baseadas no comércio e agricultura. Com suor e enxada na mão
conseguiu seu primeiro resultado: 7 alqueires de terra. Em 1946, com vontade de
crescer, comprou seu primeiro caminhão Chevrolet Tigre. E para recebê-lo, teve
que ir até São Paulo de trem.
Sabia que Rio Branco
era uma região relativamente pobre e pouco promissora. Sabia também que o oeste
do Paraná era região praticamente inabitada e silvestre, mas que atraia pelas
terras férteis e abundantes. Diante disso, em 1955, tomou uma decisão: “Vamos
para o Paraná”. Sua esposa Ida, que sempre o acompanhava, pegou os poucos
tostões, móveis, uma cabra e 3 filhos (Ivo, Ademir e Helena), colocou sobre o
caminhão, e disse: “vamos, estamos prontos”!
O oeste paranaense,
ainda inexplorado, tudo apresentava de esperanças! Quando aqui chegaram,
Palotina era formada simplesmente por 10 casas, uma escola, uma praça e uma
modesta igreja. O local onde estamos realizando esta homenagem era mata virgem.
Ruas, hospitais e outras melhorias não existiam.
Após um ano residindo
aqui, derrubando florestas em uma pequena gleba conquistada por seu pai Antônio
Riedi, Ludovico retornou ao Rio Grande do Sul para convidar seus 3 irmãos que
lá viviam, a virem também para o Paraná.
Na esquina onde hoje é
o HSBC, Ludovico e seus 3 irmãos construíram um pequeno armazém de secos e
molhados chamado de “Casa 4 Irmãos”. A carência de Palotina por alimentos,
materiais de construção e insumos para agricultura de base, fizeram com que o
comércio prosperasse! A força de trabalho em muito somou. Procurou-se
aproveitar de todas as riquezas que a terra oferecia.
Em 1958, fora possível
para a sociedade adquirir dois caminhões, Posto de Gasolina e associar-se a
outra empresa de peças e assessórios, como também a um beneficiamento de
madeiras. As atividades do comércio de madeiras e assessórios deixaram de existir,
em 1961, com o desligamento de dois irmãos da sociedade.
O crescimento não
deixou de existir. Houve a reposição por unidades novas dos caminhões usados, uma construção de dois
andares foi edificada, e adquiriu-se uma área de 60 alqueires em Palotina.
Em 1966 outra divisão
na sociedade, permanecendo somente Ludovico Riedi. Minha mãe Helena e sua irmã
Eliane ajudavam a Dona Ida no comércio, enquanto os filhos Ivo e Ademir
apoiavam Ludovico transportando porcos e insumos pelo Brasil afora.
Em 1967, pensando na
agricultura, meu avô adquiriu mais 67 alqueires de terra. Na década de 70, se
fortaleceu com o comércio de grãos (a I.Riedi), que no primeiro ano girou
52.000 sacas de soja.
Em 1975 fundou a
Transvale. A partir de 1978 fora reforçado com o trabalho do genro Ilário Bomm
na I.Riedi. Na década de 80 abriu uma representação de automóveis (conhecida
hoje como Fipal), em que outro genro, Moacir Alba, veio a colaborar.
Enfim, meu avô cresceu
em todas as áreas onde atuou. Via em seus funcionários uma família. Tinha um
jeito durão, mas às vezes descontraído. Foi um vencedor! Em 1994 veio a falecer
com câncer, deixando saudades aos seus 4 filhos, 11 netos, amigos e
colaboradores.
Sua vida foi como a de
muitos outros desbravadores, ou seja, uma espécie de peça de teatro... Com nuances
de comédia, romance, aventura e muito drama. Ele escreveu, protagonizou e
dirigiu aquela que para nós, sucessores, foi a mais linda das peças. Aceitou o
desafio, lutou e venceu e, por isso, é merecedor dessa homenagem, dando o nome
a esse belo teatro. Fico feliz, mas muito feliz por isso!
Palotina precisa de
exemplos como ele: gente orientada ao progresso e com visão de longo prazo. Gostaria
de aproveitar essas palavras finais para estender essa homenagem a todos os
homens e mulheres que acreditaram, assim como meu avô - há décadas atrás - que
a nossa cidade de Palotina seria o que é hoje. Valorizar o pioneirismo é
valorizar a nossa história.
Obrigado!
Marco Aurélio Riedi
Bomm
Empresário, neto de
Ludovico Riedi
“Sua vida foi como a de
muitos outros desbravadores(...) Aceitou o desafio, lutou e venceu e, por isso,
é merecedor dessa homenagem, dando o nome a esse belo teatro.”
I.Riedi e familia Riedi é um orgulho para nós Paranaenses... Pela coragem, garra, determinação e valorização do homem do campo.
ResponderExcluirCresceu porque teve credibilidade e transparencia, que perpetua até hoje. IFS