terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Ludovico Riedi, pioneiro progressista


Teatro Municipal Ludovico Riedi
Em homenagem aos 25 anos do Teatro Municipal Ludovico Riedi, de Palotina, completos em 2011, foi organizada pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura a virada cultural. E, para relembrar o pioneiro de Palotina que foi homenageado com o nome do teatro municipal, um dos netos de Ludovico escreveu um artigo contando um pouco da sua história de vida.

"Meu avô, Ludovico Riedi, era pessoa simples e visionária. Neto de imigrantes italianos, começou sua vida profissional de trabalho e sacrifício na localidade de Rio Branco, município de Erechim-RS (como diriam os gaúchos, apertava o mate perto da barranca do Rio Uruguay, tchê!).
Suas primeiras atividades foram baseadas no comércio e agricultura. Com suor e enxada na mão conseguiu seu primeiro resultado: 7 alqueires de terra. Em 1946, com vontade de crescer, comprou seu primeiro caminhão Chevrolet Tigre. E para recebê-lo, teve que ir até São Paulo de trem.
Sabia que Rio Branco era uma região relativamente pobre e pouco promissora. Sabia também que o oeste do Paraná era região praticamente inabitada e silvestre, mas que atraia pelas terras férteis e abundantes. Diante disso, em 1955, tomou uma decisão: “Vamos para o Paraná”. Sua esposa Ida, que sempre o acompanhava, pegou os poucos tostões, móveis, uma cabra e 3 filhos (Ivo, Ademir e Helena), colocou sobre o caminhão, e disse: “vamos, estamos prontos”!
O oeste paranaense, ainda inexplorado, tudo apresentava de esperanças! Quando aqui chegaram, Palotina era formada simplesmente por 10 casas, uma escola, uma praça e uma modesta igreja. O local onde estamos realizando esta homenagem era mata virgem. Ruas, hospitais e outras melhorias não existiam.
Após um ano residindo aqui, derrubando florestas em uma pequena gleba conquistada por seu pai Antônio Riedi, Ludovico retornou ao Rio Grande do Sul para convidar seus 3 irmãos que lá viviam, a virem também para o Paraná.
Na esquina onde hoje é o HSBC, Ludovico e seus 3 irmãos construíram um pequeno armazém de secos e molhados chamado de “Casa 4 Irmãos”. A carência de Palotina por alimentos, materiais de construção e insumos para agricultura de base, fizeram com que o comércio prosperasse! A força de trabalho em muito somou. Procurou-se aproveitar de todas as riquezas que a terra oferecia.
Em 1958, fora possível para a sociedade adquirir dois caminhões, Posto de Gasolina e associar-se a outra empresa de peças e assessórios, como também a um beneficiamento de madeiras. As atividades do comércio de madeiras e assessórios deixaram de existir, em 1961, com o desligamento de dois irmãos da sociedade.
O crescimento não deixou de existir. Houve a reposição por unidades novas  dos caminhões usados, uma construção de dois andares foi edificada, e adquiriu-se uma área de 60 alqueires em Palotina.
Em 1966 outra divisão na sociedade, permanecendo somente Ludovico Riedi. Minha mãe Helena e sua irmã Eliane ajudavam a Dona Ida no comércio, enquanto os filhos Ivo e Ademir apoiavam Ludovico transportando porcos e insumos pelo Brasil afora.
Em 1967, pensando na agricultura, meu avô adquiriu mais 67 alqueires de terra. Na década de 70, se fortaleceu com o comércio de grãos (a I.Riedi), que no primeiro ano girou 52.000 sacas de soja.
Em 1975 fundou a Transvale. A partir de 1978 fora reforçado com o trabalho do genro Ilário Bomm na I.Riedi. Na década de 80 abriu uma representação de automóveis (conhecida hoje como Fipal), em que outro genro, Moacir Alba, veio a colaborar.
Enfim, meu avô cresceu em todas as áreas onde atuou. Via em seus funcionários uma família. Tinha um jeito durão, mas às vezes descontraído. Foi um vencedor! Em 1994 veio a falecer com câncer, deixando saudades aos seus 4 filhos, 11 netos, amigos e colaboradores.
Sua vida foi como a de muitos outros desbravadores, ou seja, uma espécie de peça de teatro... Com nuances de comédia, romance, aventura e muito drama. Ele escreveu, protagonizou e dirigiu aquela que para nós, sucessores, foi a mais linda das peças. Aceitou o desafio, lutou e venceu e, por isso, é merecedor dessa homenagem, dando o nome a esse belo teatro. Fico feliz, mas muito feliz por isso!
Palotina precisa de exemplos como ele: gente orientada ao progresso e com visão de longo prazo. Gostaria de aproveitar essas palavras finais para estender essa homenagem a todos os homens e mulheres que acreditaram, assim como meu avô - há décadas atrás - que a nossa cidade de Palotina seria o que é hoje. Valorizar o pioneirismo é valorizar a nossa história.

Obrigado!
Marco Aurélio Riedi Bomm
Empresário, neto de Ludovico Riedi

“Sua vida foi como a de muitos outros desbravadores(...) Aceitou o desafio, lutou e venceu e, por isso, é merecedor dessa homenagem, dando o nome a esse belo teatro.”

Um comentário:

  1. I.Riedi e familia Riedi é um orgulho para nós Paranaenses... Pela coragem, garra, determinação e valorização do homem do campo.
    Cresceu porque teve credibilidade e transparencia, que perpetua até hoje. IFS

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